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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Estudo revela que acupuntura pode tratar doenças hepáticas

A acupuntura - técnica milenar chinesa que aplica agulhas em pontos estratégicos do corpo - pode ser usada no tratamento de doenças que acometem o fígado, como as hepatites B e C, assim como a cirrose. A conclusão é da pesquisa de doutorado A influência dos pontos de acupuntura Zusanli (E36) e Sanyinjiao (BP6) no desenvolvimento de lesões hepáticas induzidas por tioacetamida em ratos wistar, realizada pelo médico veterinário Alexandro dos Santos Rodrigues. Os experimentos foram feitos com ratos wistar, mas o pesquisador acredita que, futuramente, se aplicado em humanos, isso poderá resultar na melhora da qualidade de vida dos portadores de doenças hepáticas.

O estudo foi realizado por meio de uma parceria entre as universidades de São Paulo (USP) e Federal de São Paulo (Unifesp). Como Alexandro é formado em medicina veterinária, foi co-orientado por Ângela Tabosa, especialista em medicina chinesa e integrante do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp. "Iniciamos a pesquisa com animais para ver a viabilidade de fazermos o teste em humanos. O objetivo é pensar uma maneira de ajudar as pessoas que estão nas filas de transplante de fígado. Muitas delas não vivem tempo suficiente para fazer a cirurgia", afirma.
Os animais foram divididos em sete grupos: sadios, que não passaram por nenhum tipo de intervenção; controle para tioacetamida, que receberam a medicação indutora do aparecimento de lesões hepáticas; controle para isofluorano, que receberam apenas anestésico; e um grupo com aplicação de eletroacupuntura no pontos E36 (localizado na perna, próximo ao joelho) e outro no BP6 (próximo ao calcanhar). "Simulamos danos hepáticos iguais aos que acometem o ser humano.
As lesões são bem parecidas com as provocadas pelo uso de bebidas alcoólicas", informa Rodrigues.
Os dois grupos restantes, E36s e BP6s, receberam aplicações em pontos "falsos", ou seja, em lugares próximos aos pontos verdadeiros (E36 e BP6), mas que não resultariam em nenhum efeito ligado à proteção hepática.
A indução foi feita em um prazo de sete semanas. Três vezes por semana, as cobaias eram sedadas. Na sequência, recebiam uma injeção com a droga e, logo depois, eram submetidas a 20 minutos de eletroacupuntura. Depois desse período, foram analisados e comparados os fígados dos animais dos grupos.
Os resultados, segundo o pesquisador, foram bastante satisfatórios: os ratos que foram tratados com a eletroacupuntura tiveram 40% menos lesões que os animais do grupo que recebeu a indução das lesões, mas não receberam nenhum tratamento. "Os que só receberam a droga estavam com lesões hepáticas bem avançadas."
Para poder aplicar as sessões de eletroacupuntura, o médico veterinário optou por usar o anestésico isofluorano, por via inalatória. "A maioria dos anestésicos comuns interfere de forma significativa na função hepática, e isso poderia prejudicar os resultados", conta. A dose usada foi a necessária para manter os animais em semiconsciência.
Para que o tratamento possa ser aplicado em seres humanos, é preciso passar por um protocolo, que prevê a realização de pesquisas em voluntários.
Na avaliação do pesquisador, a expectativa é de que o tratamento possa estar amplamente disponível no prazo de cinco a 10 anos. No entanto, em sua avaliação, como existe o serviço de acupuntura no Sistema Único de Saúde, os médicos podem fazer uso das técnicas e observar os resultados. "O paciente não precisa estar sedado. Os ratos foram sedados para que não se mexessem durante a acupuntura. O procedimento é indolor", acrescenta.
Fonte: Correio Braziliense

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