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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Reações alérgicas ás ervas chinesas

Reações alérgicas ou anafilaxias não são freqüentes com o uso de ervas chinesas. A resposta mais extrema, o choque anafilático, pode ser causado pela injeção de extratos herbáceos. Não está claro se esta resposta é inerente ao uso de uma erva em particular ou se é devido a uma má preparação da substância injetada, uma vez que falhas em remover impurezas e componentes antigênicos poderiam causar uma reação em um indivíduo que não teria reagido a uma erva preparada corretamente. Há exemplos de ervas que de forma injetável, foram relatadas como causadoras de anafilaxias de grau moderado a grave: Bupleurum, Gastrodia, Andrographis e Raiz de Ísatis.

Embora o uso de extratos herbáceos injetáveis não seja uma prática aceita no Ocidente, alguns médicos ao retornarem da China procuram extratos injetáveis que poderiam ser usados por aqui. A possibilidade de choque anafilático deve sempre ser considerada antes que esse tipo de tratamento seja iniciado. É importante também ressaltar que uma injeção inicial pode produzir sensibilidade sem reação e que uma segunda injeção pode causar uma reação intensa. Isso ocorre, por exemplo, com Trichosanthin (Compound Q) derivado da Raiz de Trichosanthes.
Substâncias aplicadas topicamente podem facilmente causar uma dermatite de contato, se houver algum tipo de sensibilidade aos componentes utilizados. Algumas substâncias têm sido relatadas como responsáveis por esse tipo de reação como por exemplo: Óleo de Almíscar para Reumatismo, Decocção de Ácoro e Artemísia, Pílula de Liusen Triturado, ungüento de Lycopodium (jin bu huan), Pteris em pó e Osso de Dragão em pó. Houve relato na literatura de uma reação tipo alérgica ao tratamento com moxabustão (a moxa é composta de Artemísia). Ervas frescas aplicadas topicamente podem apresentar um potencial maior para induzir essas reações, por exemplo: já houve relatos de dermatite de contato com o uso de Clematis e Euphorbia frescas.
A reação mais grave relatada na literatura chinesa foi com a Fruta da Brucea, uma erva tópica utilizada para tratar tumores e verrugas. No caso de verrugas, as mesmas são extirpadas e a erva Brucea é aplicada, entrando em contato com a corrente sangüínea, podendo desencadear um choque anafilático. Ervas tóxicas como Bruceas e ervas chinesas frescas não são disponíveis aos médicos do ocidente e por isso não se torna um problema em potencial. Entretanto, deve ser salientado que ervas frescas ocidentais e algumas ervas secas chinesas também apresentam potencial similar. Dezenas de plantas capazes de causar dermatite de contato foram relacionadas de acordo com a experiência ocidental, no livro Medical Botany (1977). As plantas contendo óleos voláteis e resinas são as principais causadoras de reações alérgicas quando aplicadas topicamente, por exemplo: Yunnan Pai Yao usada para tratar feridas com sangramento e Mirra e Frankincense usadas em emplastros.
A principal preocupação da prática moderna ocidental de Medicina Chinesa é com as substâncias ingeridas. A resposta alérgica usual é uma combinação que pode envolver rashes, rubores, pústulas, prurido e outros sinais de dermatite. Essas reações desaparecem espontaneamente e podem ser aliviadas rapidamente com o uso de corticosteróides tópicos. Também podem ocorrer outras alterações decorrentes da reação alérgica como opressão no peito, dores articulares e distúrbios gastrointestinais. Devido à baixa incidência de reações relatadas com a alta freqüência do uso de ervas chinesas, a possibilidade de reações alérgicas não se torna algo alarmante. Entretanto, é importante estar ciente de que esses tipos de reações podem ocorrer. As substâncias relatadas na literatura como responsáveis por um ou mais distúrbios alérgicos podem ser divididas em quatro categorias:
Óleos Voláteis: Fengyoujing (preparação de óleos essências), Pílula de Houzheng para laringite (contém borneol), Mirra (contém resina), borneol, Murhuang Jiedu Pian (contém borneol e outros aromáticos), Ácoro, Flor de Magnólia, Prunella, Huoiang Zhenqi Shui para resfriados (contém pogostemon e outros aromáticos), Guanxin Suhexiang Pill (contém borneol), Yunnan Pai Yao (contém boneol).
Cogumelos: Coriolus, Hoelen e Muer (cogumelo preto usado na cozinha chinesa), Ganoderma.
Substâncias Animais: escorpiões, minhocas, secreções de sapo, chifre do cervo.
Outras: infusão de Biyanling (contém ninho de vespa, pó de pérola, Taxillus, Zizyphus, Taraxaco, Xiaokechuan para resfriados, Comprimidos de Houtujum, Comprimidos de San Qi, Andrographis, Ísatis, Houttuynia, Ilex, Flor de Sophora, Verbena.
Apenas poucas dessas ervas como por exemplo Hoelen, Flor de Magnólia, Prunella, Zizyphus, Ísatis e Taraxaco são comumente utilizadas por médicos ocidentais. Como a maioria das reações às ervas chinesas não são de natureza alérgica, mas sim devido a outras respostas fisiológicas às substâncias ingeridas, deve-se ter cautela ao interpretar quaisquer aparentes reações adversas.
Uma idéia incorreta a respeito do potencial alérgico de ervas ocorreu no passado e deveria servir de alerta para a utilização de ervas chinesas no futuro. Por exemplo, houve um caso relatado na literatura médica, de uma mulher de 35 anos que em poucos minutos após ingerir chá de camomila passou a apresentar sintomas de cólicas abdominais, sensação de opressão na garganta, edema de lábios, olhos e língua, prurido e sensação de entupimento dos ouvidos. Foram realizados testes com um fragmento de pele e se confirmou hipersensibilidade à camomila. O chá de camomila é talvez o chá herbáceo mais consumido no ocidente, sendo um modelo de bebida em muitos países, competindo até com chá preto ou café. Este caso isolado foi usado por médicos e jornalistas sugerindo que o consumo de qualquer erva derivada da família da planta camomila (a compositae, a maior fonte de ervas usadas pelos médicos herbáceos ocidentais) trazia um risco inerente de causar reações alérgicas graves. A questão potencial de reações alérgicas a plantas da família Compositae continua sendo uma reação freqüentemente citada entre autores ocidentais para se evitar remédios herbáceos.
Um "susto" similar a respeito de potencial alérgico de cogumelos medicinais entre aquelas pessoas consideradas sensíveis à Candida albicans tem sido semelhantemente utilizado para advertir potenciais usuários a não consumir combinações herbáceas úteis. Embora algumas pessoas sejam, de fato, alérgicas a um ou mais cogumelos medicinais (por exemplo hoelen), a maioria das pessoas que sofrem de Candida ou sensibilidade associada ao organismo não demonstram quaisquer reações a cogumelos medicinais. A conexão que se quer fazer é que leveduras e fungos são intimamente relacionados. De fato, fungos e leveduras são próximos quanto a sua natureza biológica, entretanto os cogumelos em árvore, os principais cogumelos utilizados na medicina chinesa, são parentes distantes.
Pessoas com tendência a sofrer de vários tipos de alergia são mais predispostas a ter reações alérgicas a ervas. Muitas das substâncias herbáceas relatadas como tendo sido indutoras de reações alérgicas em uma ou mais pessoas também se incluem entre aquelas utilizadas para tratar alergias. Na conteúdo constando na "Chinese Materia Medica with Anti-Atopy Effect" (Abstrats of chinese medicine, 1986), foi dado especial atenção à artemísia (que tem sido citado em reação à aplicação tópica) e à Ganoderma. Uma lista mais abrangente fornecida pelos autores incluem flor da magnólia e bupleurum e prunella.
De acordo com as idéias da Medicina Tradicional Chinesa, as respostas alérgicas ocorrem quando há uma desarmonia afetando o baço, os pulmões e /ou os rins. A indução de resposta alérgica é atribuída freqüentemente às influências ambientais do vento e da umidade, afetada pelos acúmulos internos de calor e/ou flegmão. Quando esses fatores estão presentes, as chances das terapias herbáceas induzirem uma reação alérgica podem ser maiores. Certas ervas utilizadas para remover calor, secar umidade ou remover flegmão induzem a reações alérgicas. Essas mesmas ervas são utilizadas para tratar síndromes comuns, básicas de pacientes alérgicos. Por isso, não seria surpreendente se um paciente que estivesse tratando de alergias apresentasse alguma reação alérgica à terapia herbácea. Quando maior o número de alérgenos, aos quais o paciente é sensível, maior a chance da reação alérgica ocorrer. Daí, aqueles pacientes com "síndrome alérgica ambiental" necessitarem de ser tratados muito cautelosamente.
Uma vez que reações alérgicas à ingestão de ervas é um evento incidental, exigindo um tratamento a curtíssimo prazo, o uso de medicamentos ocidentais para neutralizar os sintomas pode ser bem justificado. Ervas chinesas podem ser utilizadas para combater os rashes cutâneos associados a alergias. Exemplos de preparações apropriadas para esse fim incluem Combinação de Coptis e Scute (ou outras fórmulas que contenham as mesmas ervas, como Tang-Kuei e Combinação de Gardênia ou Combinação de Bupleurum e Rehmannia), Pílula Armadillo para Neutralizar Envenenamento e aplicações tópicas de ungüentos contendo lithospermum. Por outro lado, para se tratar alergias crônicas como febre do feno crônica ou sazonal e prurido persistente; outras prescrições poderiam ser utilizadas, como por exemplo, seleções de ervas baseadas na combinação da análise dos sintomas, fatores constitucionais e história da doença.
Com poucas exceções, as reações alérgicas a ervas são reações desconfortáveis porém não são perigosas. Se a reação à ingestão de ervas for de fato alérgica, ela começará a apresentar sintomas durante a primeira hora após a ingestão da erva. Entretanto, algumas reações gastrointestinais não alérgicas podem ocorrer imediatamente. A maioria das outras reações como, por exemplo, resposta à ingestão de fórmulas herbáceas incorretas, geralmente levam de horas a vários dias para produzir sintomas. A resolução das respostas alérgicas, assim como outros tipos de reações às ervas, ocorrem dentro de 24 a 72 horas após a suspensão do uso das mesmas. A ausência de reações dermatológicas ou de membranas mucosas pode indicar que a reação às ervas não é de natureza alérgica.
Obs.: Registros de reações alérgicas são relatados em língua inglesa no Abstrats of Chinese Medicine. Um resumo com poucos detalhes específicos publicado no Advanced in Chinese Medicine (Materia Reserch 1984) faz menção a várias ervas que teriam causado reações alérgicas em variados graus.
Tabela 1: As substâncias relatadas na literatura como responsáveis por um ou mais distúrbios alérgicos podem ser divididas em quatro categorias:
  Nome em Latim Fórmulas Encontradas
Óleos Voláteis:    
Mirra Myrrha AR-125, PA-623, TR-797.
Flor da Magnólia Magnoliae Lilifrora Flos NA-551.
Cogumelos:    
Hoelen Poria DI-221, GL-325, HB-345, LI-485, PA-623, PM-637, PR-681, RE-699, SL-749.
Substâncias Animais:    
Gelatina do Chifre do Corvo Cervi Colla Cornu MA-511.
Outros:    
Zizyphus Zizyphi Spinosi Semen SL-749.
Taraxaco Taraxaci Herba SK-741, WT-907.

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