O autoconhecimento promove a oportunidade de nos conhecermos em nossa luz e sombra. A luz é o que está no consciente e a sombra instalada no inconsciente, que segundo Carl Jung, psiquiatra analítico, leva-nos a atuar na maior parte de nossas ações. Será que as nossas ações são saudáveis para as nossas vidas e para as vidas de quem compartilha conosco? Por que existem tantos conflitos, confusões, desentendimentos, violência, desencontros, depressões, deslealdades, medos, inseguranças, doenças e tantos comportamentos que fazem a vida das pessoas estarem infelizes?
O que contribui para que as vidas das pessoas estejam sem paz, sem amorosidade, dependentes, sem elegância, educação, coerência, respeito, alegria, satisfação? São os dito acima, processos inconscientes: é o que a maior parte das pessoas não sabem, não entendem o porquê de agir de determinada forma, e muitas vezes nem se dão conta que promovem tanto mal-estar na sua vida e na vida do outro. Falando de forma popular, empurram suas vidas com a barriga, ou melhor, com seu inconsciente e não se percebem mais saudáveis. O que o consciente não acessa, mudanças se tornam mais resistentes. Algumas experiências profundas como doença, separação, morte, desemprego, rupturas, promovem tomadas de consciência inesperadas.
Os processos inconscientes têm na dor uma propulsora de conteúdos, despertando de alguma situação paralisadora e instalando uma outra ação consciente e renovadora.
Na maior parte das pessoas, os conteúdos inconscientes impedem inclusive de tomarem decisões que promovam a saúde e o bem-estar de si e do outro. Brigas de famílias intermináveis e nas relações em geral. Disputas de poder, competividade acirradas, ciúmes, desprezos, desqualificaçoões de pessoas para pessoas, frigidez, impotência, deslealdades, incômodos, falta de comunicação, e tantas vertentes que traduzem que as pessoas não sabem o porquê que está tudo muito confuso ou nem percebem que promovem a confusão. E é nesse ponto que o autoconhecimento traz a possibilidade de mudanças fundamentais.
Nosso amado Chacrinha dizia: "Quem não se comunica, se trumbica". A comunicação primária é a comunicação consigo mesmo, onde o compromisso é muito mais profundo e corajoso. Isto facilita uma ação mais reflexiva. Será que as pessoas estão querendo parar para elaborar reflexões? por que não param? porque o próprio inconsiente não permite, no comando das ações, vai empurrando as pessoas viverem no seu piloto automático. Segundo, que há um comando externo econômico, social e cultural de aceleração das pessoas para que nem reflitam mesmo, são direcionadas à produção, o que já é chamado de capitalismo selvagem. Quando o indivíduo se dá conta de como está vivendo e consegue parar e começar uma reflexão sobre si mesmo, aí sim, ele começa a busca de quem ele é e parte para entender como age.
Um caminho que gera bons resultados é um trabalho terapêutico, pois com ajuda de um profissional, a pessoa pode acessar melhor sua história e reconstruir um novo caminho. E a escolha deste terapeuta é sempre fácil? Ah, é igual a qualquer relacionamento, as vezes é de primeira, outras vezes é preciso algumas tentativas para acertar no encontro. E quando acerta... UAU!! é um prêmio!! pois o trabalho flui e as transformações acontecem. E para que mudar? Para poder fazer escolhas conscientes. Para que possa ter um certo domínio do que quer e como quer. Há pessoas que são ótimos profissionais e péssimos pais ou vice versa. Na busca do autoconhecimento, os aspectos sombrios vão se integrando à luz, tudo vai clareando e o indíviduo cria uma autonomia de fazer escolhas que possibilitam ter uma vida mais saudável e harmoniosa. Como disse Shakespeare: "Ser ou não ser, eis a questão"... a escolha ou não escolha é sempre sua.
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