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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Taoísmo

Taoismo (ou daoismo) é uma palavra empregada para traduzir dois termos chineses distintos, "Daojiao" (道教) (pinyin: Dàojiào; Wade-Giles: Tao-Chiao), que se refere aos "ensinamentos ou à religião do Dao", e "Daojia", que se refere à (道家) "escola do Tao (ou Dao)", a uma linha de pensamento da filosofia chinesa.
Assim, o termo taoismo pode referir-se a:
-uma escola de pensamento filosófico chinês que se baseia nos textos do Tao Te Ching, atribuídos a Lao Tse, e nos escritos de Chuang Tse;
-um movimento religioso chinês com origem em Zhang Daoling, no final da Dinastia Han, que se estrutura em seitas como a Zhengyi ("ortodoxa") e Quanzhen ("realidade completa");
-manifestações da tradição religiosa chinesa, de caráter popular, que integram elementos da religião taoista, do confucionismo e do budismo.



O ideograma Tao (ou Dao) (道) pode ser traduzido como "via" ou "caminho", mas assume um significado mais abstrato para a religião e para a filosofia chinesa. É o que há de mais profundo e misterioso na realidade e que faz com que tudo seja como é. É o conjunto indiferenciado de tudo o que existe, mas também o princípio supremo que gera e está na origem do seu devir, ou seja, é também o seu Caminhar. Embora seja invisível, inaudível e intangível, manifesta‑se pela sua influência, a que se chama Virtude — o Te (德, dé). Mas essa influência é espontânea, ou seja, faz parte da sua própria natureza, do seu próprio fluir natural. Como se diz no Tao Te King: o Tao «age sem agir» (為無為).
Um tema no pensamento chinês primitivo é Tian-Dao ou caminho da natureza (também traduzido como "céu" e às vezes "Deus"). Corresponde aproximadamente à ordem das coisas de acordo com a lei natural. Tanto o "caminho da natureza" quanto o "grande caminho" inspiram o afastamento estereotípico taoista das doutrinas morais e normativas. Assim, pensado como o processo pelo qual cada coisa se torna o que ela é (a "Mãe de todas as coisas"), parece difícil imaginar que temos que escolher entre quaisquer valores de seu conteúdo normativo - portanto pode ser visto como um príncípio eficiente de "vazio" que sustenta confiavelmente o funcionamento do universo.
O taoismo é uma tradição que, dialogando com seu tradicional contraste, o confucionismo, modelou a vida chinesa por mais de 2.000 anos. O taoismo enfatiza a espontaneidade ou liberdade da manipulação sócio-cultural pelas instituições, linguagem e práticas culturais. Manifesta o anarquismo - defendendo essencialmente a ideia de que não precisamos de nenhuma orientação centralizada. Espécies naturais seguem caminhos apropriados a elas e os seres humanos são uma espécie natural. Seguimos todos por processos de aquisição de diferentes normas e orientações da sociedade e no entanto podemos viver em paz se não procuramos unificar todas estas formas naturais de ser.
Como o conceito confucionista de governo consiste em fazer todos seguirem o mesmo moral Tao, o taoismo representa de muitas maneiras a antítese do conceito confucionista referente a deveres morais, coesão social e responsabilidades governamentais, mesmo que o pensamento de Confúcio inclua valores taoistas e o inverso também ocorra, como se pode observar lendo os Anacletos.
No Brasil, existem vários ramos ligados ao taoismo, tanto o religioso (Taochiao) quanto o filosófico (Taochia). Uma das vertentes religiosas mais importantes é representada pela Sociedade Taoista do Brasil. A Sociedade Taoista do Brasil foi instituída no Rio de Janeiro/RJ, em 15 de janeiro de 1991, com o objetivo de difundir o ensinamento do taoismo em todas as suas formas de expressão - religiosa, filosófica, científica e cultural - e contribuir para o aperfeiçoamento espiritual dos frequentadores.

O caminho taoista propõe a restauração do estado pleno de vida e consciência, chamado Tao. Para isso, utilizam-se vários meios, como as práticas que promovem a boa saúde física e mental, o estudo de clássicos escritos pelos grandes mestres do passado, os métodos místicos para a restauração da ordem interna e fundamentalmente a meditação, como caminho de autotransformação e elevação espiritual.

A Sociedade Taoista do Brasil foi fundada por Wu Jyh Cherng (1958-2004), sacerdote taoista Kao Kon Fa Shi (Alto Ofício, Mestre da Lei). Mestre Cherng escreveu diversos livros sobre artes taoistas e traduziu o Tao Te Ching, O Livro do Caminho e da Virtude, o Yi Jing (I-Ching), O Livro das Mutações, entre outros clássicos do taoismo.
Em março de 2002, inaugurou a sede de São Paulo: um espaço adequado para a prática e estudo do taoismo, suas artes e sabedoria, onde se têm palestras abertas ao público, rituais, meditação e diversos cursos. Entre as atividades de São Paulo, enfatizam-se as práticas de meditação, Yi Jing (I Ching), Feng Shui, astrologia chinesa (Zi Wei Dou Shu), Tai Ji Quan (Tai Chi Chuan), Qi Gong (Chi Kun) e o atendimento de acupuntura e massagem.
Além dos grupos formalmente ligados ao taoismo, também podem ser encontrados muitos ensinamentos taoístas em várias escolas do budismo maaiana chinês e também em religiões sincréticas como o Cao Dai, entre outros.

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